A primeira incursão dos vikings na Galiza aparece reflectida nos Anais Bertiniani, e remonta ao mês de Agosto do ano 844 quando un grupo de vikings dinamarqueses procedente de uma expedição de saque entrou pelo Garona, e empurrados por uma tempestade acabaram por chegar à Galiza, saqueando algumas aldeias costeiras até que foram rechaçados nos arredores do Farum Brecantium, isto é, a Torre de Hércules (a quem os vikings chamavam Fár). Naquela época reinava na Galiza Ramiro I.
Durante esta época surgiu a lenda do bispo Gonçalo da diócese da Bretonha: ao chegar à entrada do río Masma um grande número de embarcações vikings os habitantes acudirão a proteger o bispo, que consideravam santo. Gonçalo rezou pedindo a protecção do céu contra o ataque e então desencadeou-se uma grande tempestade que destruiu a maior parte da frota invasora.
"Um desembarque brutal na Galiza"
No ano 858, durante o reinado de Ordonho I, reapareceu nas costas da Galiza uma grande frota viking. Tratava-se de um contingente de cem barcos procedente de expedições de saque nas costas francesas que se dirigirão até à ría de Arousa. Após saquear a diócese de Iria Flavia chegaram até Santiago de Compostela, sitiando a cidade. Os habitantes de Compostela pagaram um tributo para evitar o saque, mas apesar disso, os vikings continuaram a tentar apoderar-se da cidade, até que o cerco foi levantado por um exército dirigido pelo conde Pedro, que os derrotou e destruiu 38 barcos; os sobreviventes dirigiram-se até ao sul da costa galega, saqueando as populações. Como consequência desta expedição, a sede episcopal de Iria Flavia foi trasladada para Santiago de Compostela.
No ano 951, os vikings reapareceram de novo e saquearam a costa galega; nos anos seguintes, as cidades reforçaram-se prevendo novos ataques. No ano 964, os vikings reapareceram de novo, e o próprio bispo Rosendo de Mondoñedo teve que enfrentá-los.
No ano 968, o segundo duque da Normandía, ante o perigo de invasão francesa do seu dominio, pediu ajuda aos seus parentes dinamarqueses e noruegueses que acudirão com uma grande frota viking.
Uma vez derrotado o rei de França, os vikings permaneceram na Normandía, o que provocou grandes problemas, pelo que o duque os incentivou a partir à conquista da Galiza, essa terra tão rica da qual tanto falam os peregrinos.
Chegaram à Galiza uns duzentos barcos a mando de Gudrød (Guðrǫðr), irmão de Harald Gråfeldr, conhecido como Gunderedo nas crónicas galegas. Cem desses barcos detiveram-se na costa cantábrica da Galiza e atacaram a diócese da Bretonha, enquanto que outras cem internaram-se na ría de Arousa e desembarcaram no porto de Iuncariae (Xunqueira), para dirigir-se por terra até Santiago de Compostela.
A chegada dos vikings coincidiu com o fim das disputas entre os bispos Rosendo e Sisnando II pelo controlo da diócese episcopal. O bispo Sisnando, que acabava de expulsar Rosendo da cidade, tentou detê-los nas proximidades de Iria Flavia, onde tinham chegado remontando o curso do río Ulla, mas não o conseguiu e morreu atravessado por uma flecha durante a batalha de Fornelos a 29 de março. Já sem resistência, os vikings dispersaram-se pela Galiza, chegando até Courel.
Em Lugo o bispo Hermenegildo conseguiu defender a cidade, mas não pôde impedir que os vikings arrasassem as terras de Bretonha, cuja antiga sede ficou destruída, sendo reconstruída posteriormente no actual Mondoñedo.
Os vikings permaneceram durante cerca de três anos em terras galegas, matando e saqueando, mas quando regressavam aos seus barcos carregados com os despojos e com os prisioneiros, foram interceptados por um exército a mando do conde Gonzalo Sánchez, que conseguiu vencê-los nos arredores da ría de Ferrol no ano 970, matando Gunderedo, su sækonungr e queimando a maioría dos seus barcos.
Após deixar a Galiza, os vikings continuaram a navegar até ao sul e saquearam a costa entre o río Douro e Santarém. (...)
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1 comentário:
é, de facto, nojento. sem palavras.
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