Imigrantes têm o triplo de casos de tuberculose
Registam-se 80 casos por cem mil imigrantes, contra 25 por cem mil na população em geral. Embora haja uma elevada incidência na Europa de Leste, é nas comunidades africanas que foram diagnosticados mais pessoas de tuberculoseA incidência da tuberculose entre imigrantes é "o triplo da que se verifica no resto da população portuguesa", refere Fonseca Antunes, o coordenador do programa nacional de luta contra a tuberculose. A prevalência da doença nestas comunidades tem-se mantido nos 80 casos por cem mil habitantes, ao contrário do que acontece com a população em geral, onde baixou e se situa em 25 em cada cem mil.
A circulação de pessoas, sobretudo dos países mais afectados (com 80 casos por cem mil, em média) para outros com menos de 20 casos por cem mil habitantes, é um dos maiores desafios assumidos pelas autoridades sanitárias e pela própria Organização Mundial de Saúde. Fonseca Antunes revela que, dos mais de "2800 casos diagnosticados anualmente, cerca de 12% a 14% são detectados nas comunidades imigrantes".
Apesar de 95% dos casos de tuberculose (70 mil) na Europa serem detectados nos países do leste europeu, não é entre os imigrantes originários desta zona que se verifica um maior número de pessoas contagiadas. Isto, embora seja grande o fluxo de ucranianos, moldavos e romenos para Portugal. Os russos ficam-se pelos seis mil residentes, nove vezes menos que os ucranianos. "Setenta por cento dos imigrantes diagnosticados com tuberculose são originários da África subsariana. Vêm de países como Cabo Verde, Angola ou Guiné", diz Fonseca Antunes.
É que a prevalência da tuberculose em África é muito maior que na Europa de Leste, embora elevada, explica aquele especialista, e uma pessoa pode estar contaminada uma vida sem que a tuberculose se manifeste. Logo, a equipa de Fonseca Antunes acredita que os imigrantes são contaminados no país de origem. Uma vez em Portugal, a forma como se integram em meio familiar e as más condições sociais e de habitabilidade em que vivem facilita a propagação da doença.
Rui Machado, o presidente da Associação Caboverdeana de Lisboa, reconhece que o problema de tuberculose é preocupante. "Um dos principais problemas é a má nutrição. As pessoas estão mal alimentadas e ficam mais vulneráveis ao contágio. Além disso, as habitações têm más condições, há muita promiscuidade, por vezes vive mais do que uma família na mesma casa, o que facilita o contágio". Actualmente, os brasileiros constituem a maior comunidade imigrante no País - 106 961 legalizados - mas a prevalência da tuberculose no Brasil é pequena.
A transmissão da doença associada à imigração de países com elevada incidência "está a ser estudada pelas autoridades portuguesas", admite Luigi Migliorini, director-geral da Organização Mundial da Saúde para a Federação russa. Sublinha que esta é um das questões "mais relevantes no momento, estando a ser alvo de discussão a nível multinacional". No caso da Rússia, "sendo um país grande, é fácil haver imigrantes ilegais e perdermos o controlo de doentes, que nem sempre são tratados, mas o problema afecta tanto imigrantes legais como ilegais".
A mesma situação verifica-se em Portugal, onde muitos imigrantes podem não ter acesso a cuidados de saúde. "Temos de desenvolver estratégias, sobretudo aumentando a colaboração entre países". Questionado sobre os apoios sociais, Migliorini refere que "são essenciais". Por exemplo, alerta, "não conheço a fundo a situação russa nesta matéria, mas penso que não haverá programas suficientes no território".
FONTE
como se pode verificar, só temos "vantagens" em aceitar mais imigração de países sub-sarianos. é só "vantagens" e quem não concordar com isto é racista.
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