Imigrantes já preferem que filhos estudem em Portugal em vez de os enviarem para a China.
A Escola Básica do .º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, como a maioria das outras. Enche-se de meninos que vêm aprender mandarim, porque é ali que funciona a Escola Chinesa de Lisboa. Os alunos só podem frequentá-la neste dia, porque durante a semana já estão integrados no ensino português. São já 1131 que frequentam as escolas nacionais, um aumento de 34,4% nos últimos quatro anos.
A comunidade já não trabalha em Portugal com um olho na China e quer que os filhos aqui estudem. As ruas junto à escola, a antiga primária do Bairro das Colónias, nos Anjos, ganham outro movimento e colorido aos sábados, à hora de entrada e saída. Os pais, de carro ou a pé, vêm de toda a Grande Lisboa para trazer os filhos às aulas de mandarim. "Temos cerca de 300 alunos, divididos pelos turnos de manhã e de tarde", contabiliza a responsável pela Escola Chinesa, Chen Xiao Hong.
Lá dentro, corre-se e fala-se nos corredores, já nas aulas dedica-se toda a atenção exigida ao professor. São administrados todos os níveis de ensino até ao superior, mas não existe um acordo de equivalências com o país de origem. As salas de aula estão cheias.
"Há cada vez mais alunos na nossa escola. Os pais estão aqui radicados e querem que os filhos continuem a estudar em Portugal", explica a professora. E acrescenta: "O objectivo é que as crianças aprendam a língua dos pais e que não esqueçam a cultura do seu país de origem."
Nem sempre foi assim, reconhece Y Ping Chow, director-geral da Liga dos Chineses em Portugal. "Antigamente, os pais preferiam que os filhos fossem estudar na China. Por causa do tipo de ensino, mas, também, porque pensavam que poderiam regressar ao país. Eles não falavam português e tinham pouco tempo para acompanhar os filhos. Então, preferiam mandá-los para a China para estudar", explica o dirigente.
A justificação é que a comunidade chinesa está cada vez mais integrada. São 13 331 cidadãos oriundos da China, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), contabilizando apenas os que estão em situação regular no País. Mas o representante da Liga estima que sejam mais de 20 mil.
E o resultado é que há cada vez mais alunos chineses no sistema de ensino português. Eram 841 no ano lectivo 2006/2007, número que tem aumentado todos os anos. E, tanto Y Ping Chow como Chen Xiao Hong, garantem que têm bons resultados escolares no sistema de ensino português.
Os resultados não significam que a comunidade esteja a trabalhar menos, mas que estão a apostar mais no ensino no país de acolhimento.
Lin Chow é contabilista e trabalha com muitas empresas da comunidade chinesa. "Os chineses sempre deram muita atenção à educação dos filhos. E, uma vez que estão aqui radicados, alguns há bastantes anos, é natural que invistam no país onde pretendem ficar", justifica.
O problema daqueles pais continua a ser a falta de tempo para acompanhar os filhos. E tentam trazer amas da China, mas dizem que é muito difícil conseguir um visto de trabalho para uma pessoa nessa situação.
O SEF justifica que cabe às embaixadas e aos postos consulares a responsabilidade de atribuir os "vistos de escala, de trânsito ou de curta duração".
O sonho da Liga dos Portugueses é criar uma escola chinesa no País, com uma estrutura idêntica.
FONTE
repare-se no último parágrafo: criar uma escola chinesa...e quem paga? quem? claro, os mesmos de sempre, para não variar. como sempre, o povo paga para se criarem estruturas para gente que vem de fora
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